terça-feira, 24 de junho de 2014

Fodam muito, mas preservem-se

Não me choca uma mulher fodilhona, faz bem à saúde e é coisa de que até os bichinhos gostam. Mas choca-me uma mulher fodilhona que se expõe. Não é por andarmos aí a comer gajos, que temos que o anunciar ao mundo. Para isso já nos bastam os gajos papagaio, que são do pior que existe.
Uma mulher tem que foder, muito e com qualidade, até porque nos faz muito bem à pele e os cremes estão caros, mas tem que saber preservar-se. Temos que o fazer sempre de forma a que se o gajo andar por aí a papaguear que nos comeu, possamos dizer: comeste? quando? e eu estava lá? estava?! então deve ter sido uma merda, não me lembro de nada!
E outra coisa, nunca se enrolem com mais do que um gajo do mesmo grupo de amigos, é que depois eles comentam uns com os outros e a coisa fica mais difícil de negar. E eles são gajos, acabam sempre por comparar notas e acabamos a ser tema de conversa de mesa de café. Sejam espertas. Mais do que eles. Não é difícil.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Coisas que me dão gozo I

O gozo que me dá quando aqueles que me conhecem há meia dúzia de dias e que, à conta do meu aspecto subestimam o meu profissionalismo e a minha capacidade de trabalho, se apercebem que afinal aqui a parola até percebe daquilo que faz e até é capaz de lhes ensinar umas (muitas) coisas e de os orientar em assuntos nos quais andam completamente perdidos. E depois é vê-los a começarem a tratar-me por a doutora isto e a doutora aquilo e eu a ter que lhes dizer que por favor não me tratem por doutora, que não tenho nenhuma licenciatura e que sim, que o que sei é mesmo fruto da experiência e de muito palmilhar terreno, que isto de andar a virar frangos há vinte anos sempre se aprende alguma coisa, desde que se queira e se tenha mais do que dois neurónios, claro está. O gozo que isto me dá!
E não, não sou de meter medo ao susto e até tenho muito bom gosto a vestir. Mas como não ando com as pernas e o rego das mamas à mostra e não sou espalha brasas, o povo começa sempre por me dar muito pouco crédito.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Pobrezinhos de espírito

Não tenho paciência para pessoas que, vivendo desafogadas e que não deixam de viajar sempre que lhes apetece, ou de gastar uma fortuna em roupas de marca, passam a vida a queixarem-se das dificuldades e de como tudo está caro.
Aqueles que mais oiço queixarem-se da vida são os mesmos que se fartam de gastar dinheiro em coisas que não são de primeira necessidade. Às vezes, enquanto os oiço, apetece-me furar-lhes os olhos, mas depois penso cá para comigo que não vale a pena, respiro fundo e começo a pensar que, apesar das viagens e das roupas de marca, não passam de pobres de espírito, com uma vida de merda.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Filhos

Ontem perguntaram-me porque não tenho filhos, se tenho algum problema físico que o impeça. Curioso como as pessoas assumem logo que temos um problema físico quando, aos quarenta anos, dizemos que não temos filhos.
Não tenho filhos por opção. Gosto muito de crianças, mas nunca senti o verdadeiro apelo da maternidade.
Não vou mentir e dizer que nunca planeei ter filhos, que planeei. Acho que aos vinte anos todas as mulheres acreditam que querem ser mães, ou porque é normal, ou porque acham que encontraram o amor para uma vida e fazem planos de ter filhos. Comigo não foi diferente, cheguei mesmo a ter nome para as crianças que planeava vir a ter. Mas a verdade é que nunca se concretizou. Ora porque a vida profissional era complicada e exigia muito do meu tempo, ora porque para se ter uma criança havia que criar toda uma rede de segurança financeira e  familiar que fui entendendo que não existia. Hoje, analisando friamente, sei que nunca quis de verdade ter filhos.
Assim como há quem não se imagine sem ter filhos, eu não me imagino a ter. E assim como respeito e não questiono quem decide ter filhos, agradeço que façam o mesmo comigo.
Um filho é demasiado importante para que o tenhamos só porque sim.