segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Deus até me abençoou com paciência, mas há quem goste de testar os meus limites

Trabalhar com homens custa! Ele é só dificuldades, complicações e conices! É preciso explicar-lhes tudo, fazer-lhes um desenho, pintá-lo, avisá-los de que vão fazer merda, voltar a avisar e depois ouvi-los lamentarem-se porque deu mesmo merda e vão ter que se borrar todos para a limpar. Que desespero!
São estas merdas que me acabam com o espírito natalício, só me apetece berrar e arrancar-lhes os olhos! Ou enfiar-lhes o gorro do Pai Natal num sítio que eu cá sei.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

...

Tenho vontade de escrever, muita coisa para contar, mas não consigo. Um turbilhão de ideias que não consigo passar para o papel, demasiadas coisas para fazer e falta de tempo para as completar. Ando nisto desde o início do mês.
Novembro já teve de tudo. Uma viagem grande que me deixou com um aperto na alma e que me mostrou que apesar de ser dura, não estou preparada psicologicamente para a miséria humana que ainda grassa por esse mundo fora. O nascimento da minha primeira sobrinha, uma felicidade imensa. Uma viagem pequena onde insinuaram que estou gorda (traumatizei!) e que foi o toque de despertar de que precisava para me convencer que tenho que fechar a boca e começar a mexer o corpo! Ai Senhor, que eu gosto taaanto de comer e tão pouco de me mexer!
A ver se me oriento e consigo começar a "botar" cá para fora o que vai na alma.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Obrigada meu amor

Chegaste com a vontade toda, mas depressa percebeste que, nas coisas que ao coração dizem respeito, funciono devagar, devagarinho. Mudaste a velocidade, mas não a vontade, e com esse teu jeito decidido foste-me conquistando, respeitando sempre o meu ritmo e a minha (nada fácil) maneira de ser. Faz hoje sete meses que namoramos (soa-me um nadinha estranho dito assim, mas não há outra forma de o dizer) e a cada dia que passa gosto mais de nós. Há algum tempo atrás disseste-me que nos iríamos "aturar" um ao outro para sempre e eu, que há muito deixei de acreditar no para sempre, desejei que possa ser verdade.
Obrigada por não te assustares com a minha independência e mania de que posso tudo sozinha. Obrigada por me mostrares que ainda há pessoas que valem a pena e homens que o sabem ser na verdadeira acepção da palavra. Obrigada pela tua determinação, por me teres feito baixar a guarda e permitir-me amar-te. Obrigada por me fazeres tão feliz.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Hoje é dia

Sabem aquelas manhãs em que mal pomos o nariz fora da porta e sabemos logo que não vamos acabar o dia sem mandar alguém à merda? Hoje é um desses dias.
Há gente que gosta de testar a minha paciência.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Da Moda Lisboa

Eu também queria ter ido à Moda Lisboa, mas para arrear porrada nas aves raras que por lá aparecem. Mas havia necessidade? Essa gente não tem amigos ou família que lhes diga a figura ridícula em que se apresentam?! Pelo amor da santa, não há cu para tanta gente a querer ser diferente e a acabar por parecer saída do manicómio da esquina! Quem os pusesse a roçar mato, a ver se não lhes passava a mania das modas.
E o desfile do Miguel Vieira?! Mas que merda foi aquilo?! E o Gama?! Senhores, orientem-se! E pensar que os subsídios e apoios que esta gente tem acaba sempre por sair dos nossos bolsos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Até os bons se cansam

Sempre defendi que a violência não é solução para coisa alguma, mas depois há os sonsos, os mal formados, os sem carácter e sem coluna vertebral e  dou por mim  a pensar que há pessoas que se calhar só iam ao sítio com uma valente carga de porrada.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Irritações

Aqueles gajos que vão a dormir na estrada e quando se apercebem que é uma gaja que os está a ultrapassar aceleram como se não houvesse amanhã. Quem os fodesse!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Cada um é para o que nasce

Sabes que nunca vais ser uma gaja daquelas boas e sempre irrepreensivelmente arranjadas, quando vais à casa de banho a meio da manhã e, ao olhar para o espelho, te apercebes que saíste de casa sem completares a maquilhagem. Se calhar já era tempo de me habituar a andar com um kit de maquilhagem no saco...
Lá diz o velho ditado, quem nasce para lagartixa nunca chegará a jacaré e eu decididamente nasci para andar de cara lavada.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Shame on you Válerie

Nunca em momento algum da minha vida desejei não ser mulher e não compreendo quando oiço mulheres dizerem que preferiam ter nascido homens. Gosto de ser mulher e nunca me considerei menos do que qualquer homem, mas há momentos em que sinto uma vergonha profunda por alguns exemplares do género feminino.
Ontem vi nas notícias que a ex-primeira dama francesa escreveu um livro onde lava toda a roupa suja da sua relação com François Hollande, revelando pormenores que, a meu ver, não deveriam nunca vir a público. E eu pergunto-me: em que é esta senhora melhor do que o homem que a traiu? Pior do que a traição é a deslealdade e esta senhora foi profundamente desleal. O Sr. Hollande traiu-a, mas não foi ele que levou a público essa traição. Quando se aceita ser companheira de um homem com um cargo como o do presidente de um qualquer país, sabe-se à partida que corremos o risco de ser expostos a qualquer momento. E depois de toda a exposição a que foi sujeita, a senhora, não satisfeita, arranjou maneira de continuar nas capas dos jornais e de forma muito baixa. Admirá-la-ia sim se se tivesse mantido no seu lugar, continuasse a sua vida de jornalista respeitada e mostrasse pelo desprezo o quão superior era em relação ao homem que a traiu. O que esta senhora fez não é ser mulher.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Coninhas is back!

Há pessoas que me cansam. O coninhas é uma delas. Ainda agora voltou de férias e já me cansou a beleza. Acho que as férias o deixaram ainda pior, se é que isso é possível. 
Será que consigo acabar o dia sem o mandar à merda? Vamos ver...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Afinal o moço não quinou!

O jantar correu muito bem, o moço até estava descontraído e ficou apalavrado novo jantar dentro de dias. Claro está que no próximo jantar vai-me surgir um imprevisto muito imprevisto e moço e moça vão ter que jantar só os dois.
Se um dia me cansar de aturar coninhas e gajos que rezam com o cu virado para o ar, dedico-me a ser alcoviteira a tempo inteiro.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A dar uma de Cupido

Acho que acabei de provocar um ataque de pânico no gajo mais tímido que já conheci. Se não me responder à mensagem dentro de meia hora, vou ligar para o INEM e pedir que lhe passam lá pela loja, que deve estar quinado atrás do balcão.
O trabalho que me dá juntar um gajo e uma gaja que tenho a certeza se podem fazer muito felizes um ao outro (quanto mais não seja durante um jantar!). Se os conseguir sentar à mesma mesa hoje ao jantar, faço disto profissão!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Acha que é feliz, diz ela.

Encontras uma gaja que estudou contigo e com quem já não falavas há vinte anos. Em sete minutos de conversa ela consegue dizer-te que só conhece a piroca do marido, com quem tem dois filhos, um rapaz com dezassete e uma rapariga com dez anos, que nunca experimentou outra, logo acha que está bem, que trabalha com o santo do marido, que têem três empregados, que construiu uma vivenda (as pessoas gostam de dizer vivenda, casa é uma coisa assim de pobre), que o irmão é treinador de guarda redes numa equipa da primeira divisão, que o que importa é que tem saúde e que acha que é feliz. Ela vai à vidinha dela, depois de lhe teres dado a entender que gostavas muito de acabar o teu jantar, e ficas a pensar que além de descompensada a criatura sofre de amnésia selectiva, porque antes do marido já ela tinha pinado e muito com uma piroca que a deixou avariadinha das ideias quando se passou ao fresco e o que lhe valeu foi o marido, que sempre teve olhos só para ela . Olhas para trás e vês o marido, um querido, com o mesmo sorriso doce de há vinte anos atrás e pensas: ela acha que é feliz, ele tem a certeza que o é.
E são coisas destas que te fazem pedir ao Senhor que te mantenha sempre orientadinha da piroliteira e que reforçam a ideia que tens de que há gajos muito tenrinhos e mulheres muito dissimuladas e manipuladoras.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

MJ a abater campeões desde 1979!

Queria tanto que pudesses ter visto a tua cara quando a MJ, entre duas garfadas de risotto, se sai com: "A tua gaja é bem mais gira nas fotos do que ao vivo. Pessoalmente não é nada de especial". Muito bom! É assim que se abatem campeões.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Português, com certeza

Uma das coisas com que mais me divirto quando viajo para França é a espera no aeroporto aquando do regresso. Consigo sempre identificar os portugueses que por lá andam, mesmo sem os ouvir falar. Há duas espécies que se destacam, os provincianos - regra geral originários do norte de Portugal - e as tias, da zona de Lisboa.
Os provincianos identificam-se pelo coçar da tomatada e pela indumentária. Eles, dependendo da idade, de calça de tirelene (como dizem as velhas aqui da zona) e o belo do pólo às riscas, ou de bermudas nas cores e padrões mais ridículos que se possa imaginar e camisolas com mangas cavas. Elas com penteados e acessórios que nos deixam com dores de cabeça, só de lhes pôr os olhos em cima.
As tias, todas muito chiiiiques, a falar alto para que se perceba que elas estão lá, com as peles todas queimadas do sol e encarquilhadas, sempre cheias de razão, que aquilo lá por França é só pessoas ignorantes e que não sabem fazer as coisas, pois então não sabem que elas estão ali, que é isso agora de querer fechar os embarques sem elas? Uma canseira.
E é assim que me divirto enquanto espero pelo embarque e me deixo ficar por ali caladita e de volta do meu livro e a pensar que, mal por mal, prefiro os provincianos.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Há portas que se fecham para sempre

Ele deu-te o que tinha de mais precioso e que há anos não dava a ninguém, a sua inteira disponibilidade para estar contigo, abriu-te as portas do coração e pôs-te nas mãos o dele. Desvalorizaste, não quiseste perceber que eras a sua prioridade e que o que ele mais queria era ser a tua também. Ele insistiu, deu-te todas as oportunidades para que visses o que te estava a ser concedido, mas tu, como sempre, viraste a cara e deixaste que ele se começasse a afastar. Todos os dias mais um bocadinho, até que se afastou de vez, até que, com o coração em ferida, fechou a porta e prometeu a si mesmo que essa era uma porta que não voltaria a abrir. E agora, meses depois, quando o sabes nos braços de outra, de alguém que o quer pelo que ele é, que o fez a prioridade da sua vida, que o conquistou com o amor que lhe dedica, agora sabes que perdeste o homem que te traria a felicidade que nunca conheceste. Queres saber tudo, quem é ela, como se conheceram, desde quando estão juntos. Para quê, pergunto-te? A porta fechou-se, nada podes fazer para que se abra de novo. Sim, às vezes acordamos tarde demais.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Não te iludas

E de repente, por conta do cheque que o teu pai te passou para as mãos, voltaste a ser feliz. A vida já é outra vez maravilhosa, já podes voltar a "dar-te" com os do costume, já podes fazer bonito outra vez. As férias aí à porta, planos de uma semana em algum dos destinos mais badalados, onde possas ver e ser visto. A miúda nova a tiracolo, muitas palavras bonitas, as mesmas que dizes a todas aquelas com quem te enrolas, nem nisso consegues ser original. E eu pergunto: e quando se acabar o dinheiro? Dou-te um mês até recomeçarem as lamentações. A vida que é uma merda, que não és feliz, que precisas arranjar uma casa só para ti, que o teu pai não te compreende e castra a tua vontade de chegar mais longe. A tua mãe que te envergonha, a miúda que afinal não era assim tão espectacular e que exigia demasiado de ti. A cara amarrada, o sorriso bonito que já lá não mora, a auto comiseração que me irrita profundamente, a minha paciência que se esgota e um dia mando-te à merda. Os amigos também se cansam.
Precisas crescer, precisas tanto de crescer. Vais ser sempre infeliz, vais acabar atracado a uma gaja burra e limitada, como as mulheres dos teus pseudo amigos a quem tanto apontas o dedo. E vais, tal como eles, ter uma vida de merda. E não consegues perceber o óbvio, tens tudo para ser feliz, tudo! Mas não queres, recusas-te, preferes esconder a cabeça na areia e maldizer a vida, porque ser feliz dá trabalho. A tua felicidade depende só de ti, tens que a procurar todos os dias e não lhe vires as costas quando ela te bater à porta.
Ouve o que te digo, vai conhecer mundo, vai descobrir que a vida é mais, muito mais, do que dizer que estiveste lá. Não queiras que saibam que estiveste lá, não grites ao mundo que estás apaixonado (ou acreditas que estás), deixa que te baste sentir, é tão melhor. Não queiras uma mulher para mostrar aos teus amigos, não são eles que a vão levar para casa ao fim do dia. Não vivas pelos outros, vive por ti.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Fodam muito, mas preservem-se

Não me choca uma mulher fodilhona, faz bem à saúde e é coisa de que até os bichinhos gostam. Mas choca-me uma mulher fodilhona que se expõe. Não é por andarmos aí a comer gajos, que temos que o anunciar ao mundo. Para isso já nos bastam os gajos papagaio, que são do pior que existe.
Uma mulher tem que foder, muito e com qualidade, até porque nos faz muito bem à pele e os cremes estão caros, mas tem que saber preservar-se. Temos que o fazer sempre de forma a que se o gajo andar por aí a papaguear que nos comeu, possamos dizer: comeste? quando? e eu estava lá? estava?! então deve ter sido uma merda, não me lembro de nada!
E outra coisa, nunca se enrolem com mais do que um gajo do mesmo grupo de amigos, é que depois eles comentam uns com os outros e a coisa fica mais difícil de negar. E eles são gajos, acabam sempre por comparar notas e acabamos a ser tema de conversa de mesa de café. Sejam espertas. Mais do que eles. Não é difícil.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Coisas que me dão gozo I

O gozo que me dá quando aqueles que me conhecem há meia dúzia de dias e que, à conta do meu aspecto subestimam o meu profissionalismo e a minha capacidade de trabalho, se apercebem que afinal aqui a parola até percebe daquilo que faz e até é capaz de lhes ensinar umas (muitas) coisas e de os orientar em assuntos nos quais andam completamente perdidos. E depois é vê-los a começarem a tratar-me por a doutora isto e a doutora aquilo e eu a ter que lhes dizer que por favor não me tratem por doutora, que não tenho nenhuma licenciatura e que sim, que o que sei é mesmo fruto da experiência e de muito palmilhar terreno, que isto de andar a virar frangos há vinte anos sempre se aprende alguma coisa, desde que se queira e se tenha mais do que dois neurónios, claro está. O gozo que isto me dá!
E não, não sou de meter medo ao susto e até tenho muito bom gosto a vestir. Mas como não ando com as pernas e o rego das mamas à mostra e não sou espalha brasas, o povo começa sempre por me dar muito pouco crédito.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Pobrezinhos de espírito

Não tenho paciência para pessoas que, vivendo desafogadas e que não deixam de viajar sempre que lhes apetece, ou de gastar uma fortuna em roupas de marca, passam a vida a queixarem-se das dificuldades e de como tudo está caro.
Aqueles que mais oiço queixarem-se da vida são os mesmos que se fartam de gastar dinheiro em coisas que não são de primeira necessidade. Às vezes, enquanto os oiço, apetece-me furar-lhes os olhos, mas depois penso cá para comigo que não vale a pena, respiro fundo e começo a pensar que, apesar das viagens e das roupas de marca, não passam de pobres de espírito, com uma vida de merda.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Filhos

Ontem perguntaram-me porque não tenho filhos, se tenho algum problema físico que o impeça. Curioso como as pessoas assumem logo que temos um problema físico quando, aos quarenta anos, dizemos que não temos filhos.
Não tenho filhos por opção. Gosto muito de crianças, mas nunca senti o verdadeiro apelo da maternidade.
Não vou mentir e dizer que nunca planeei ter filhos, que planeei. Acho que aos vinte anos todas as mulheres acreditam que querem ser mães, ou porque é normal, ou porque acham que encontraram o amor para uma vida e fazem planos de ter filhos. Comigo não foi diferente, cheguei mesmo a ter nome para as crianças que planeava vir a ter. Mas a verdade é que nunca se concretizou. Ora porque a vida profissional era complicada e exigia muito do meu tempo, ora porque para se ter uma criança havia que criar toda uma rede de segurança financeira e  familiar que fui entendendo que não existia. Hoje, analisando friamente, sei que nunca quis de verdade ter filhos.
Assim como há quem não se imagine sem ter filhos, eu não me imagino a ter. E assim como respeito e não questiono quem decide ter filhos, agradeço que façam o mesmo comigo.
Um filho é demasiado importante para que o tenhamos só porque sim.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vamos lá contar até 53691

O coninhas acordou com o período. Ou então não tem pinado e começa a ressentir-se.
Um gajo que não pina é trinta mil vezes pior que uma gaja!
E eu só peço ao Senhor que me dê paciência, ou é hoje que mando este gajo para o caralho!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Os pormenores contam

Há fases da minha vida em que anseio por não ser tão lúcida, por não ver tão claramente as coisas, por não adivinhar o fim quando as coisas ainda estão no início. Como quando olho para um homem com ar lavadinho, umas mãos bonitas, com a dentição completa, mas depois olho-lhe para os sapatos e percebo que não vale a pena sequer olhar uma segunda vez. São sempre as pequenas coisas que me fazem ficar pelo caminho. Porque, para mim, é das pequenas coisas que se faz a vida.
E dizem-me as amigas que tenho que desvalorizar essas coisas, que não me posso agarrar aos pormenores. Mas, não consigo. São os pormenores que me prendem, são eles que me dizem sempre se vale, ou não, a pena. E às vezes acho que não sou deste mundo e que ninguém me compreende. Mas, agora olho para ti e penso: ainda bem que não dei ouvidos às amigas, ainda bem que não desvalorizei os pormenores. Porque são todos os teus pormenores que me fazem gostar mais de ti a cada dia que passa. São os teus pormenores que me fazem perguntar-me como pude nunca os ter visto nestes mais de vinte anos em que nos conhecemos. São os teus pormenores que me conquistam a cada dia que passa, são eles que fazem a vida valer a pena.

terça-feira, 13 de maio de 2014

As preocupações do coninhas

As preocupações do coninhas andam todas à volta de:

- os preços dos pacotes da Vodafone;
- os preços dos pacotes da Zon;
- as actualizações do telemóvel topo de gama, do qual não percebe a ponta de um corno;
- as imprecisões do GPS do seu telemóvel topo de gama, do qual não percebe a ponta de um corno;
- o porquê da presença dos agentes da GNR que acompanham os trabalhos dos técnicos da Vodafone na instalação da fibra óptica.

Anda nisto desde ontem. Fazer o que lhe compete que é bom, nem vê-lo!
Não sei se me consigo segurar. Dois dias seguidos a respirar fundo é demais para a minha pessoa.



segunda-feira, 12 de maio de 2014

No Dragão temos sempre com o que nos entreter

No Sábado fui ao Dragão ver o meu FCP. O que eu gosto daquele estádio!
O jogo foi assim uma coisinha sem sal, pelo que tive oportunidade de observar o que me rodeava.
O Manuel Serrão precisa de pelo menos dois by pass gástricos, ou de arranjar alguém que lhe cosa a boca. Dá-me aflições só de olhar para o senhor, tenho sempre aquela sensação que vai enfartar e cair do camarote e ao aterrar nas bancadas ainda mata pelo menos mais três.
Os empreiteiros da construção civil (e pseudo empresários do Norte) continuam a "botar" demasiado gel no cabelo e a usar óculos de sol à gangster. Já para não falar das brasileiras feias e mal arranjadas pelas quais trocaram a sopeira da mulher e de que se fazem agora acompanhar para tudo quanto é sítio.
As aspirantes a tia que vão ver os jogos são criaturas que sofrem de calores. Não encontro outra explicação para as criaturas estarem o jogo todo de manga cava, quando estava um vento desgraçado e só não me enrolei na écharpe, porque me esqueci dela no carro.
Há cada vez mais gajos a usar capas de cores e feitios duvidosos nos seus Iphones. Não haverá um amigo que lhes diga que aquela merda não lhes fica bem?
Os gajos das claques são umas bestas. Isto já sabia, mas quando os vemos assim mais de perto a coisa agudiza-se. Ia dizer que são uns verdadeiros animais, mas assim ofendia os bichinhos. Quem lhes partisse os dentes de cada vez que abrem a boca.
O serviço de catering do Dragão já foi bem melhor, mas como é à borla, o pessoal come como se não houvesse amanhã. De que adiantam as contas bancárias recheadas e o Porsche na garagem, se a alma de pobre continua lá?! Apeteceu-me partir-lhes os dentes.
O melhor de tudo isto? O corpo de intervenção da PSP. Muita qualidade! Até dá vontade de cometer uma infracção!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Não há cu para estas merdas

Pior que uma gaja beta, a falar à tia, a arrastar as sílabas e a dar aquele ar de nojo às palavras, só mesmo um gajo anafadinho, enfiado num fato de corte duvidoso e gravata de nó (demasiado) largo, a falar exactamente como as tias fozeiras que me desafiam o veneno. Está aqui ao meu lado, só o estou a ouvir há cinco minutos e já me apetece atirar-lhe com o agrafador. Não há cu para esta gente metida a chique!
E sim, os coninhas também cá estão. O que me vale é que é sexta feira e logo desconto tudo isto numa Bons Ares geladinha (para começar...).

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Da ternura dos quarenta II

Aos quarenta sabemos que é sempre melhor que eles gostem mais de nós do que nós deles.
Aos quarenta aprendemos que as borboletas na barriga são sobrevalorizadas e que é fácil aprender a gostar de quem nos trata bem.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O dia da minha mãe é todos os dias

Não tenho memória de alguma vez ter "comemorado" o Dia da Mãe. Não porque não goste da minha mãe, mas porque no meu tempo de escola ainda não se promoviam todas as actividades que se promovem hoje em redor desse dia e porque lá em casa nunca foi algo muito valorizado.
Tinha eu catorze anos quando a minha mãe sofreu um AVC devastador, que a deixou durante alguns anos completamente dependente de terceiros e com limitações para a vida. A minha infância acabou nesse dia e passei eu a ser a mãe da minha mãe. Não tem sido uma tarefa fácil. Desde esse dia que a minha mãe faz o que as adolescentes mais rebeldes costumam fazer, medir forças com a mãe. É esta a melhor definição da nossa relação, a minha mãe mede forças comigo todos os dias. Se lhe peço para não fazer alguma coisa, é certo que a vai fazer. Se lhe chamo a atenção, para o seu próprio bem, para algo que não deveria ter feito, amua e faz birra. Nos primeiros anos foi-me muito difícil aceitar e gerir isso, mas com o avançar da idade fui percebendo o porquê desta sua atitude e aprendi a respirar fundo muitas vezes e a relevar as situações mais complicadas. Não a posso pôr de castigo, não lhe posso dar uns açoites, por isso resta-me respirar fundo e esperar que passe.
A parte mais difícil de ser mãe da minha mãe não é ter que lhe dar banho, ter que lhe arranjar o cabelo, cortar-lhe as unhas dos pés e das mãos. A parte mais difícil de ser mãe da minha mãe é conseguir fazê-lo sem que ela sofra com a inversão dos papéis.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Podia ser pior

Sabem aquela conversa de que o Senhor criou o homem e depois retirou-lhe uma costela e dali criou a mulher? Tretas! Cada vez me convenço mais que o Senhor criou a mulher e ao ver um resultado tão perfeito pensou que ela precisava de passar por algumas provações e toca de criar o homem. E a partir daí vieram as derivações: os coninhas, os que rezam com o cu virado para o ar, os papagaios, os que nunca crescem, os que parece que querem, mas não sabem se podem and so on. Deu-lhes pelo menos um apêndice que (quando o sabem usar) faz muita mulher feliz. Valha-nos isso.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Leste um livro, mas continuas a ser uma besta

Dou sempre muito pouco crédito a alguém que diz que leu um livro que mudou por completo a sua vida, como se tivessem visto a luz. Devia ser uma vida muito pouco preenchida, para que apenas um livro tenha o poder de a mudar por completo.
Conheço pessoalmente duas criaturas que já disseram isso em entrevistas a revistas de economia e não consigo deixar de pensar que é pena que o livro não tenha mudado também a forma como tratam os funcionários das empresas que administram. Mas já dizia a minha sábia avó, quem nasce para cinco nunca há-de chegar a dez e há pessoas que por mais livros que leiam e dinheiro que ganhem, nunca saberão o significado do respeito pelo próximo.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Um brinde aos idiotas!

Os idiotas existem para nos ajudarem a tomar decisões que, por vezes, hesitamos em tomar, porque vão mudar por completo a nossa vida. Por isso, um grande obrigada ao idiota que me deixou plantada durante todo o fim de semana à espera de notícias. À conta da tua idiotice, a minha vida a partir de amanhã vai mudar e para melhor, muito melhor.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Ressuscitando dos mortos

Porque é que os homens só se lembram de correr pelo cais adentro quando o barco já zarpou a todo o vapor? Puta de mania que não consigo compreender. Era tão mais fácil se assimilassem quando os avisamos que já começamos a soltar as amarras...

sexta-feira, 28 de março de 2014

"Se o teu marido já não te dá tusa, liberta-o para o mundo que não falta a quem ele possa ser útil."

Esta frase maravilhosa saiu da boca da hilariante J., no nosso último jantar de gajas, e veio na sequência da discussão que se instalou quando a M. diz que o primo, com 38 anos, sofre de crises de ansiedade. Claro que essas crises são resultado de uma única coisa: falta de umas boas pinadelas.
Pois que a mulher dele ainda não descobriu que há uma coisa à venda que se chama lubrificante (ou gel do amor, se lhe quisermos dar um nome mais fofinho), que lhe resolveria o alegado problema de "securas" de que a criatura se queixa e usa como desculpa para não pinar com o bonzão do marido vai para seis meses. E o C., dono de um corpinho invejável e de um par de olhos de pôr qualquer mulher de perna bamba, tem-se aguentado estoicamente e não mijou uma vezinha que fosse fora do penico. E depois acusam-me de ser uma cabra quando digo que uma gaja destas merece é um valente par de cornos! É o que ela anda a pedir e ele tem sido um verdadeiro resistente. 
E ontem, vou pintar o cabelo, e fazendo jus àqueles que defendem que eu tenho uma costela de padre, já que toda a gente me confessa coisas que eu preferia não saber, e a cabeleireira toca de partilhar comigo que o marido farta-se de a "procurar", mas que a ela não lhe apetece nada e que até agradece ficar a trabalhar até tarde da noite, que assim tem a desculpa de estar cansada. 
E eu não acho normal! Primeiro, não acho normal que alguém que só me pinta o cabelo partilhe comigo este tipo de informação, dispenso saber da vida íntima dos outros. Segundo, não acho normal que mulheres com menos de quarenta anos e saudáveis não tenham vontade de fazer o amor com os maridos. Casaram para quê? Só para lhes lavar a roupa e pôr-lhes comida na mesa? Mais lhes valia terem ido para empregadas domésticas, pelo menos tinham o ordenado assegurado e a cama só para elas.  
Daí que a frase da J. faz todo o sentido, há que libertar para o mundo os homens que se vêem privados da satisfação carnal, porque com certeza poderão fazer felizes muitas mulheres que não sofrem de falta de vontade. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

A Vida a divertir-se à minha custa

Somos amigos há mais de vinte anos, vivemos, entretanto, toda uma vida cada um de nós. Há poucas semanas e com um oceano a separar-nos ele "descobriu" que sou, e passo a citar, uma mulher encantadora e depois de sete anos do lado de lá decide regressar a Portugal  e eu ia morrendo com o choque. É que ouvi-lo dizer que "descobriu" que sou uma mulher encantadora já me ia matando de espanto, mas agora ouvi-lo dizer que está de malas feitas e regressa antes de Páscoa, isso é pôr em risco a minha saúdinha. E agora?! Eu estava à espera que isto fosse de mansinho, baby steps que eu não gosto de grandes revoluções, tudo a seu tempo, mas não, tinha que vir logo com tudo. E ontem comecei a ouvir a palavra "nós" e "nós" é uma palavra que me mete medo, porque já há anos que é só "eu". E "nós" é coisa de muita responsabilidade e a pressão está aí e eu lido bem com pressão mas é no trabalho, que na minha vidinha não gosto nada dessas coisas. E não, não lhe pedi para fazer as malas e vir-se embora, mas a responsabilidade sinto-a toda. E eu não precisava desta pressa toda na minha vida e vou ter que lhe meter um freio, senão não tarda passo-me, que eu já me conheço. E vou ter que fazer isto com jeitinho, mas a pressão, às vezes, faz de mim uma bruta. Estou metida num cu de boi que não tem fim!

quarta-feira, 19 de março de 2014

Não, o meu pai não é o melhor do mundo

Diz que hoje é dia do pai. Eu, ao contrário da maioria das pessoas, não vou dizer que o meu pai é o melhor do mundo. Não é. O meu pai, que é também pai do meu irmão e de mais três filhos, nunca soube efectivamente ser pai. Foi sendo pai porque algumas das muitas mulheres com quem se envolveu se deixaram engravidar e lhe foram dando filhos. Não foi diferente com a minha mãe, mas com ela acabou por casar e conseguir assim uma empregada a tempo inteiro. O meu pai não foi pai por opção, foi pai por força das circunstâncias e isso é o que define o pai que se vai ser daí para a frente. Um pai que não tem a capacidade de fazer o mínimo sacrifício pessoal, financeiro ou emocional  pelos filhos pode verdadeiramente ser chamado de pai? Um pai que não sabe nunca orgulhar-se dos filhos e ter uma palavra de conforto ou incentivo quando os filhos mais precisam pode verdadeiramente ser chamado de pai? Não me parece.
Aprendi cedo a lidar com este não saber ser pai do meu pai, mas o meu irmão continua até hoje a não aceitar e a sofrer com isso. Tenho a certeza de que o meu irmão vai ser, um dia, o melhor pai do mundo, porque vai saber exactamente o que faz falta a um filho para que sinta que tem verdadeiramente um pai.
Não é pai quem quer, é pai quem o sabe ser.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Era rego que nunca mais acabava

Hoje de manhã, mal abro a porta da minha sala, deparo-me com um cenário que ninguém merece ver e muito menos àquela hora da manhã - o real rego do que dizem ser o meu assistente. É que não foi só uma nesga, não!, foi o rego na sua quase totalidade! Ninguém merece e eu muito menos. E aquela imagem dantesca não me larga desde então e sempre que a criatura me dirige a palavra só consigo visualizar aquele rego sem fim! Acho que é por isso que me dói a cabeça. Porque é que esta gente não compra uns boxers suficientemente grandes, que lhes cubra o pacote na íntegra? Eu sei que a barriga não lhe permite puxar as calças para o sítio certo, mas eu não tenho que levar com as vergonhas dos outros. Ainda se fosse uma coisa jeitosinha...
Amanhã entro na sala de olhos fechados, não volta a apanhar-me desprevenida.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Ainda das cartas

Parece-me que as cartas da prima dos Alpes se enganaram no moço...  Era fácil de mais para ser (tudo) verdade.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Mais um a testar a minha paciência

Preciso voltar para o yoga por causa das minhas costas, mas aliado ao facto desmotivante de ter que fazer 30km para fazer uma aula decente de yoga, apareceu-me agora uma ruptura do gémeo, que requer descanso e antes de mais que o desmiolado do meu médico de família atine com a perna que me dói e passe a credencial da ecografia para a perna certa, para que possa começar a fisioterapia. Ando há quase três semanas nisto, pois que passou a credencial para a perna direita quando me queixei da esquerda, já lhe disse o mesmo por telefone umas quantas vezes e hoje, depois de 535 telefonemas para o centro de saúde, de me dizerem que ainda não tinham a credencial pronta e de ter pedido para, mais uma vez, falar com sua excelência o médico, diz-me ele que se tinha esquecido, mas que pedia imensas desculpas. Vá lá, ao menos não me mandou à merda. Amanhã volto a ligar e se a credencial não estiver pronta, juro que roubo uma cadeira de rodas a um aleijadinho e apareço lá sentada nela, sempre quero ver se não saio de lá com o problema resolvido.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Coisas que não consigo compreender

Porque é que as moças da Femen insistem em fazer protestos com as mamas ao léu? Desta vez foi na Crimeia e está um frio do camandro para aquelas bandas, mas mesmo assim as moças andaram a mostrar as mamocas como forma de protesto. A sério que não consigo compreender. Acham mesmo que conseguem chamar mais a atenção por andarem ali com as mamocas aos saltos e à vista de todos? Não me parece que surta grande efeito, parece-me só um bocadinho ridículo e um dia destes ainda apanham uma gripe a sério.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Se as cartas dizem...

Pois que na noite de S. Valentim, a prima por "encabação" que veio lá dos Alpes, cismou que havia de me "deitar" as cartas, porque ficou chocadíssíma por uma gaja tão boa e simpática como eu estar sem namorado. E aquela que se adivinhava uma normal noite de sexta feira, transformou-se num verdadeiro espectáculo de comédia e acabei a noite com dores de barriga de tanto me rir.
Diz a prima por "encabação" que nos próximos seis meses muita coisa boa está para acontecer, que o homem da minha vida, aquele que vai fazer de mim uma rainha (que princesa já eu sou!), já me foi apresentado e eu é que sou uma tótó que não vejo nada. Mas lá me foi avisando que sou eu que tenho que dar o pontapé de saída, que o moço é tímido e que eu intimido os homens com este ar de mulher independente e decidida. E dizia a outra prima, a legítima, que já sabia quem era e que sim senhores o moço é tímido, mas que eu sou a mulher certa para a criatura, porque ele assim desabrocha e eu só dizia que farta de meninos ando eu e que só me faltava calhar-me mais um e a prima por "encabação" acudia que não, que as cartas diziam que ele é tímido, mas é um homem à maneira e vai a prima legítima manda-me perguntar às cartas se é o C. e o raça das cartas dizem que sim e agora não há quem ature as duas primas que não me largam a perguntar se já convidei o moço para jantar. E o moço até é bem giro e com ar lavadinho, mas quero é ver agora quando me cruzar com ele como faço para não me desmanchar a rir. E só espero que as primas não estejam comigo senão vai ser o cabo dos trabalhos ter mão nelas.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sorte a deles que estão longe, senão arrancava-lhes os olhos!

Não sou racista, nem xenófoba, nem preconceituosa, que não sou, mas QUE PARIU os gajos que rezam de cu virado para o ar! Negociar com estes gajos é um verdadeiro teste à minha paciência! Só me apetece mandá-los à merda e dizer-lhes que se na terra deles as mulheres têm que andar cobertas e manter-se caladas é problema deles, cá comigo quem manda sou eu, caralho! É que não há cu para estes gajos! Havia de lhes entrar um foguete pelo olho do rego acima sempre que o põem ao alto!

Às vezes pergunto-me I

Será que os ginecologistas não enjoam de ver e investigar tanta passarinha?
E os urologistas? Não deve ser agradável andar a meter o dedo no cu dos outros.
Hoje fui ao ginecologista e sempre que lá vou dou comigo a pensar nestas coisas.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Saudades

Saudades, muitas, cravadas na alma, a querer rasgar-me o peito. As putas! Traiçoeiras, coladas aos calcanhares das minhas fraquezas, prontas a cravar os dentes. E a chuva que não vai embora. Fica mais fácil domar a besta quando vejo o sol lá fora.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Razão têm os velhinhos

Sou só eu a não achar normal que um casal, ou um grupo de amigos saia para jantar fora e passe a noite sem se falar, ou cada um agarrado ao seu telemóvel?!
No Sábado assisti a um casal que saiu para jantar e que durante todo o tempo não dirigiu a palavra um ao outro, ele a olhar para a televisão, ela a olhar para o infinito. Sai o casal, entra um grupo de amigos, também casais, cada um agarrado ao seu IPhone e as únicas palavras que trocaram entre eles foi para comentar alguma coisa que iam vendo no telemóvel.
E não eram miúdos, era tudo gente com mais de trinta anos.
Eu não acho normal, eu gosto de conversar com os meus amigos e com os meus gajos. Agora entendo quando oiço os velhinhos a dizer que o mundo está perdido. Ah, se está!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A ingratidão

A ingratidão é uma das piores características do ser humano. E a pior é a que vem das pessoas que nos são mais próximas e de quem menos esperávamos. Começo a acreditar que ser egoísta é muito mais fácil.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Pior do que uma D. Dolores só duas D. Dolores

Um dos meus afilhados, o do meio, e para grande orgulho da madrinha,  já veste a camisola do meu FCP, com contrato assinado, treina com a equipa dos sub-17 e foi este ano um dos escolhidos para vestir a camisola da selecção nacional dos sub-15. Sou uma madrinha babada, que só deseja que o miúdo tenha toda a sorte do mundo, que continue a representar o FCP e um dia destes me apresente o Pintinho, que ele não há-de finar-se sem me conhecer. Para além de um excelente jogador, o miúdo é giro, muito giro, é um verdadeiro pintas e vai ser um ver se te avias com as miúdas. Já lhe disse que não precisa de se enfrascar com a primeira gaja que lhe aparecer à frente (ou na cama, vá), que namore muito, que faça muitas gajas felizes, mas que não se atraque a nenhuma árvore de Natal, que para isso já lhe basta a mãe e a avó, que me vão dar água pelas barbas para controlar os estragos. Já as estou a ver agarradas aos Vuitons, a assoar o nariz e a limpar as lágrimas quando o miúdo começar a receber prémios em galas transmitidas pela televisão (porque sem galas já ele tem recebido muitos).
Também lhe disse que pode contar com a madrinha para negociar os contratos e para assistente pessoal, até porque quero ver se as D. Dolores da família não me estragam o moço e ele não ganha aquele ar de azeiteiro como o outro, nem embandeira em arco a pensar que é a última bolacha do pacote, porque se há coisa que me tira do sério são putos com a mania que são bons, o que para já não é o caso, mas nunca sabemos como vai ser o dia de amanhã. E cada vez mais acredito que o Senhor escreve direito por linhas tortas, porque iluminou a mãe da criança e a fez escolher-me para madrinha, porque não quero sequer imaginar o que seria do miúdo nas mãos de D. Dolores mãe e D. Dolores avó, sem a interferência de uma alma de pés assentes na terra e com a noção do ridículo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

É só consumições

Os homens que passaram e passam pela minha vida têm categorias bem definidas no que toca à relação que tenho com eles. Ou são namorados, ou amigos, ou amigos coloridos.
Os namorados têm obrigatoriamente que ser também amigos (e dos melhores) senão a coisa não funciona. A minha relação com eles implica (ou inclui) tudo aquilo que é suposto: amor, amizade, tesão, paixão e muito sexo.
Os amigos são amigos. Fazem parte da minha vida, sabem que podem contar comigo e eu sei que posso contar com eles, aturam as minhas merdas, aceitam os meus defeitos e beneficiam com as minhas qualidades. Não nos falamos todos os dias, podemos passar longos períodos de tempo sem nos vermos, mas sabemos que estamos lá uns para os outros quando é preciso. Os amigos para mim são gajas, não me enrolo com eles e não tenho sequer vontade de o fazer.
Os amigos coloridos são os gajos que fazem parte da minha vida com um único objectivo: fazer-me bem à pele. Há entre nós uma certa amizade, nutro por eles algum carinho (gosto de os saber felizes), mas encontra-mo-nos apenas para umas boas cambalhotas. Funcionamos bem na cama, mas fora dela nada mais seria possível. Tão simples quanto isto.
Quando conheço alguém novo, facilmente consigo definir em qual destas categorias o incluo, mas anda aí um Mr. Big a baralhar-me o esquema (e claro está que tinha que ser um "bom rapaz"!). Ora pois que diz que não quer ser só amigo colorido, que isso não lhe chega, mas também não quer ser namorado. Mas amua e diz-se magoado se não lhe dou a atenção que (só) se dá a um namorado. Diz ele que podemos ser amigos, mas com a parte da cama e dos mimos à mistura e eu já lhe expliquei que não me enrolo com os amigos. Mas a criatura não entende e anda a mexer-me com os nervos. E eu não sou, nem tenho a paciência de uma Carrie e também já não tenho idade para estas merdas, nem para aturar gajos que não sabem o que querem da vida. (A bem da verdade, não é da idade, nunca tive paciência para gajos que parece que querem, mas não sabem se podem.)
E ando para aqui feita José Castelo Branco que não sei que faça, nem sei que diga.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Deus nos livre dos bons rapazes

Dos pinga amor estamos sempre à espera do pior e criamos, instintivamente, defesas que não deixam os nossos frágeis corações cair na lábia dos senhores. Até damos umas cambalhotas com eles, andamos entretidas por algum tempo, mas como sabemos do que a casa gasta, não caímos nunca na asneira de pensar que o amor é lindo e que o amanhã existe.
Já com os bons rapazes a conversa é outra. Chegam de mansinho, dizem as coisas certas, tratam-nos como princesas, revelam-se as nossas almas gémeas, conquistam-nos com as suas boas maneiras e com o seu carácter (quase) imaculado, fazem-nos acreditar que o amanhã pode existir e quando já estamos pelo beicinho e já lhes pusemos nas mãos o nosso coração, pegam nele e atiram-no pela janela. Os bons rapazes são os que nos fazem apaixonar por eles e que se estão a borrifar para se vamos, ou não, sofrer quando se cansarem da novidade (que somos nós). Os bons rapazes são os que nos prometem a lua mesmo sabendo que não há vaivém que faça a viagem. Os bons rapazes são, salvo raríssimas excepções, a nossa desgraça.
Deus nos livre dos bons rapazes, a vida é tão mais fácil sem eles.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mais uma vez, o coninhas

Pior do que um coninhas, só dois coninhas.
Senhor, dai-me paciência! Dois coninhas a discutir o sexo dos anjos e eu a segurar-me para não lhes arrancar os olhos aos dois, com a colher do iogurte! É um ceguinho com outro pela mão!
Já esgotei a minha capacidade de respirar fundo por hoje, isto não vai acabar bem.
O Senhor podia castigar-me com um gajo jeitoso que me cansasse o corpo, mas não, manda-me dois conas para me cansar a mente.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Da ternura dos quarenta I

Ele:  Sabes, quando ia a tua casa jantar não era por causa da tua amiga?
Eu: Não? Então?
Ele: Estás mesmo a leste, não estás?
Eu: Desculpa, mas acho que estou a ter o meu momento loiro.
Ele: Eu nunca quis a tua amiga, sentia-me atraído era por ti, mas tu não estavas nem para aí virada e a tua amiga a fazer-se a mim, eu com a cabeça a mil, deixei-me ir... Por isso é que com a tua amiga não deu. Não passou de uma noite de sexo, ela é que não percebeu.
Eu: Se calhar tinha percebido se lho tivesses dito claramente.
Ele: Pois, eu sei. Mas sabes como é, andava com a cabeça a mil, muitas coisas mal resolvidas e eu não soube lidar com a situação.
Eu: ...
Ele: E não dizes nada?
Eu: Queres que diga o quê? Estás a reinar comigo, não estás?
Ele: Porque estaria? Estou a falar a sério. E depois quando te vi no outro dia, bem... não sabes como tenho andado.
Eu: Sempre te achei um pedaço de mau caminho, mas nunca nos vi assim. Nem nunca me passou pela cabeça que te sentias atraído por mim.
Ele: E porque não?
Eu: Olha, porque... Sei lá, porque não.
Ele: Pois, mas sinto. E agora que já sabes, o que vamos fazer?
Eu: Sei lá! Coisas difíceis logo a começar o ano... tenho que dormir sobre o assunto.Deixa correr, logo se vê.
Ele: Então pensa no que te disse. Mas pensa com carinho, sim? E não demores muito a dar notícias.

Foi preciso chegar aos quarenta para perceber que, às vezes, também eu ando na horta e não vejo as couves.
E mais uma vez a prova de que os homens serão sempre uns meninos. Não são capazes de dizer claramente o que querem e deixam-se ir só para não estarem sozinhos.