sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Orgulhosamente cabra

A minha mãe diz que tenho um feitiozinho de merda, que não tenho sentimentos e que sou uma insensível. O que ela gostaria mesmo de dizer é que sou uma cabra, mas como sabe que precisa de mim, não arrisca ir tão longe nas acusações que me grita com alguma frequência.
E tudo isto porquê? Porque não faço fretes, porque não me lamento constantemente da vida, nem me comovo com as lamentações constantes de uma determinada fatia da família dela.
A pobreza de espírito é uma coisa que me mexe com os nervos e para a qual não tenho um pingo de paciência. Quando oiço alguém que se lamenta constantemente, mas que só faz merda em cima de merda, que vive às custas dos outros e que não gosta de trabalhar, não consigo juntar-me ao coro de lamentações e passar-lhes a mão na cabeça. Pelo contrário, saem-me logo meia dúzia de verdades boca afora e depois ai meu Deus que sou uma insensível, com a mania que sou mais do que os outros. E até sou, mais do que esses. Trabalho desde os dezassete anos e nunca pude contar com mais ninguém a não ser comigo. Se quero alguma coisa tenho que me fazer à vida, as minhas contas sou eu que as pago, por isso não me venham com merdas.
Sou cabra?, sou sim senhores e com muito orgulho!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

As mulheres sabem ser muito cabras

Surpreendo-me sempre quando penso na quantidade de homens que conheço, que têm problemas de impotência por conta das ex-mulheres.
Claro que na maior parte dos casos o problema não é físico, está tudo ao nível da psique, mas é-me difícil compreender como é que homens feitos, com bom ar, com a vida organizada e com quem muitas mulheres que conheço não se importariam de relacionar,  por conta das maldades das ex-mulheres não conseguem ter uma erecção. É preciso ser muito cabra e totalmente desprovida de carácter para brincar assim com a auto-estima de um homem, principalmente um com quem já foram casadas e de quem têm filhos.
Nos últimos dias cruzei-me com três homens, de quem gosto muito e que se acham, ou acharam durante muito tempo, um lixo.

O Fernando saiu do casamento com a conta bancária numa miséria e com a cabeça completamente avariada. Era apaixonadíssimo pela cabra da ex-mulher (basta observá-la por dois minutos para perceber o que aquilo é), deu-lhe tudo quanto ela exigiu enquanto foram casados e a única coisa boa que lhe ficou do casamento foram dois filhos maravilhosos, que têem um amor incondicional pelo pai. Corneou-o constantemente durante os doze anos de casamento e no fim ainda teve a lata de lhe dizer que se o fazia era porque ele é um impotente, que nunca soube o que fazer na cama. Cabra! Apetece-me arrancar-lhe os olhos de cada vez que me cruzo com ela. Felizmente que o Fernando acabou por encontrar alguém que gosta verdadeiramente dele e que lhe mostrou que o único problema que ele tinha era uma gigantesca falta de amor próprio.

O Joaquim separou-se há três meses da mulher com quem casou e viveu  nos últimos dezassete anos. Sempre foi um homem bonito, com muito sucesso entre as mulheres, caiam-lhe aos pés sem que tivesse de se esforçar muito. Apaixonou-se, ela engravidou (gosto tanto das gajas que engravidam para garantir que seguram os homens), casaram e ela, coitadinha, depois de nascida a criança nunca mais trabalhou. Pois não é que se descobriu que é esquizofrénica? Pois diz que é, só é pena que a esquizofrenia não a tenha impedido de cornear o tótó do Joaquim com o PT lá do ginásio. Sim porque a senhora é esquizofrénica para o trabalho, mas não é para os passeios, a empregada diária, o ginásio, os bons restaurantes e as férias em locais de sonho. Também esta diz que só o fez porque o Joaquim é impotente, que não sabia dar-lhe prazer na cama. Puta! E o Joaquim anda que parece um farrapo, deixou de acreditar nele, acha mesmo que é impotente e por mais que os médicos lhe digam que não tem nenhum problema físico e por mais terapia que faça, ninguém o consegue arrancar daquela falta de amor próprio que me revolta as entranhas. E não, ainda não conseguiu avançar com os papéis do divórcio, porque afinal de contas ela é doente e não trabalha e o lorpa continua a pagar-lhe as contas. Às vezes apetece-me enchê-lo de porrada!

O Eduardo divorciou-se há dois anos da mulher com quem esteve casado durante vinte e dois anos e de quem tem um filho e por quem continua apaixonado. Sim, foi ela que pediu o divórcio. Parece que, apesar de lhe proporcionar uma vida de rainha, o Eduardo é um simplório. Gosta de comer em tascos de vez em quando, de estar com os amigos que são simplórios como ele, tanto fala com o presidente da empresa, como com a senhora da limpeza, enfim, coisas que não se entendem, segundo a sua ex-madame. A senhora ainda não conseguiu perceber a diferença entre simples e simplório e pelo caminho ainda teve tempo de dizer ao Eduardo que, afinal, no que tocava a sexo ele era assim uma coisinha pouca. Não bastasse, o Eduardo descobriu há um ano que tinha um cancro da próstata muito agressivo. Foi operado e dada a dimensão do problema, os médicos tiveram que ir mais além e como consequência o Eduardo ainda hoje não consegue ter uma erecção. O problema aqui é mesmo físico, mas está a perturbá-lo profundamente e não há psicólogo que o consiga ajudar a aceitar a sua nova condição. Já lhe disse que quanto mais pensar no assunto, mais ansioso fica e menos possibilidades tem de conseguir que o seu corpo reaja. Claro que numa relação o sexo é importante e claro que a falta de erecção do homem condiciona, mas não significa que não possa haver sexo e do bom. Há que usar a imaginação e deixar as coisas fluírem. Também não ajuda o facto de passados dois anos o Eduardo continuar com a esperança que a ex o queira de volta, mas depois pensa no que ela lhe disse e acha que agora é que ela não o quer mesmo, E o que podemos fazer para ajudar quem não consegue gostar de si mesmo?

Sou mulher, gosto muito da minha condição de mulher, nunca me ouvirão dizer que preferia ter nascido homem, mas sinto uma vergonha profunda por algumas mulheres com quem me tenho cruzado.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Na minha felicidade mando eu

Tinha catorze anos quando o meu pai me disse que há pessoas que nascem para sofrer e que eu era uma delas. A partir desse dia prometi a mim mesma que ia combater esse sofrimento a que me queriam destinar e que ia ser feliz. E desde aí que a minha vida tem sido uma luta constante. Já levei muita pancada da Vida, já vi a minha confiança traída das formas mais infames e já desci a escada aos trambolhões, mas quando cheguei ao fundo agarrei em mim mesma, limpei as feridas e em vez de me tornar uma pessoa amarga, passei a gostar ainda mais de mim e tornei-me uma pessoa melhor.
A minha capacidade de resistir tem sido constantemente posta à prova, até pelos que me são mais próximos e que deveriam ser os que mais deveriam querer proteger-me, mas que pelo contrário fazem de tudo para ver se quebro. E, apesar do negativismo que me rodeia, todos os dias me levanto com a mesma determinação: ser feliz. E mesmo nos dias em que só me apetece cobrir a cabeça e baixar os braços, respiro fundo, meto-me debaixo do chuveiro e saio de lá com um sorriso no rosto, porque sei que dependo única e exclusivamente de mim, que ainda tenho muita coisa boa para viver e que o meu sorriso incomoda profundamente quem todos os dias se esforça para mo tirar do rosto.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dos sorrisos

Cheguei ao velório, cumprimentei a família, olhei em meu redor e lá estava ela, olhos cravados em mim, ansiosa que a visse, com os olhinhos a dizerem "Olha para mim, estou aqui, estou aqui!". E eu, cabra que me orgulho de saber ser, lancei-lhe o meu olhar trinta e sete, aquele que diz "sim, já te vi, sossega lá a passarinha que já aí vou". E quando achei que era tempo lá fui, cumprimentei quem estava com ela e por fim cumprimentei-a também, mas não a vi de facto. Tornou-se transparente para mim há vinte anos, no dia em que decidiu que a conta bancária do sogro era mais importante do que a nossa amizade de uma vida. Sou assim com as pessoas de quem gosto muito e que me desiludem profundamente, morrem-se-me. Deixo de pensar nelas, não me lembro sequer que existem a não ser quando me aparecem à frente e quando aparecem é como se fossem transparentes, não sinto nada, não há sorrisos, não lhes pergunto como vai a vida, porque não me interessa. Cumprimento-as porque sou uma pessoa educada.
A conta bancária do sogro poliu-lhe a aparência; aprendeu com a sogra, que a trata com desprezo, a ser chique, a falar à tia fozeira e a ter aquele sorriso morto constantemente colado na cara. E eu fiquei a pensar que há pessoas que nascem para serem chiques e há as que nascem para serem felizes. Eu sou feliz, o meu sorriso é espontâneo e só o vê quem é digno dele.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Irritações II

Pior do que uma gaja que usa o perfume do marido/namorado, só os gajos que usam os perfumes das mulheres/namoradas. Será que também usam as calcinhas delas quando não têm "truces" lavados?

segunda-feira, 16 de março de 2015

Eu sei que o Senhor me castiga pelos meus maus pensamentos I

Às vezes estou a apreciar alguns gajos a trabalhar e dou por mim a perguntar-me se eles a engatar gajas também serão assim. É que se forem, a vida deles deve ser uma tristeza.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Do mês de Março

O mês de Março é assinalado como o mês da Mulher. O mês de Março devia ser todos os meses do ano, todos os dias das nossas vidas. O mês de Março devia ser a educação e a formação cívica que se dá às nossas crianças, ensinando-as desde o berço que Homens e Mulheres são iguais, que o respeito deve ser mútuo, que não se agride o nosso semelhante.
Em Israel as mulheres só se podem divorciar se o marido lhes der permissão. Como não há casamento civil, o casamento religioso não lhes confere a liberdade de pôr termo ao casamento sem que o marido o autorize. Uma mulher israelita pode levar anos até conseguir que o tribunal lhe permita, enquanto mulher divorciada, viver na legalidade.
Na Índia todos os dias meninas com menos de 10 anos são vendidas pelas famílias e obrigadas a casar com homens com idade para serem seus avós. Todos os dias mulheres são violadas e mortas, porque os homens entendem que a sua condição de mulher assim o permite.
Em África todos os dias centenas de meninas são excisadas, uma violência que leva à morte de muitas delas. E porquê? Porque quem o faz entende que não é suposto as mulheres sentirem prazer. O que mais me choca? O facto destes actos bárbaros serem perpetrados por mulheres, a mando dos homens.
Em Portugal, todos os dias milhares de mulheres continuam a sofrer em silêncio às mãos de maridos, namorados e companheiros, que as agridem, humilham e muitas das vezes acabam por as matar. Em Portugal sabemos que a vizinha, a amiga, a prima, a irmã, a mãe são vítimas de violência doméstica, mas continuamos a virar a cara e a não denunciar estes casos. Se as vítimas não o denunciam, porque havemos nós de o fazer? É essa a desculpa, não é? Levantar a voz, fazer algo por quem não se consegue ajudar a si próprio, dá trabalho e  requer uma coragem que muitos de nós não tem.
O ser humano conseguiu feitos gigantescos em variadíssimas áreas, só ainda não conseguiu o maior dos feitos: incutir nos seus descendentes o princípio da igualdade, o respeito pelo próximo como seu semelhante, independentemente do sexo, raça ou credo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Apetece-me arrancar olhos

De que nos serve um assistente que não nos assiste e que ainda nos obriga a verificar constantemente se fez aquilo que é suposto fazer?
Há dias em que me apetece soltar a besta que há em mim!
E a gerência? A gerência diz-me para ter calma, que ainda não é hora...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Cá vamos nós

Quando os oiço a falar baixinho e para dentro é porque vem aí merda, Hoje o dia começou assim. Vamos deixar correr o dia e ver o que vem por aí.
Ver homens adultos a comportarem-se como putos no infantário é coisa que me aquece a alma... e o sangue nas veias.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dos homens maus

Ela tem vinte e oito anos e um coração de menina que ainda não sabe que há homens maus.
Ele tem quarenta e dois e gosta de brincar com os corações de meninas como ela.
Ela está apaixonada como nunca a vi, toda a expressão dela é paixão e borboletas no estômago, até o rosto anda mais iluminado desde que namoram.
Ele tem a escola toda, bom ar, sorriso fácil, boas maneiras, fez questão de ao fim de duas semanas assumir o namoro perante a família dela, representa na perfeição o papel do bom rapaz.
Quando lhe pus os olhos em cima, sem ele desconfiar sequer que sei quem ele é e que a menina com quem ele anda a brincar é a minha prima caçula, tirei-lhe a pinta. Suspeito sempre de quem é perfeito demais e principalmente de um homem vivido que faz questão de tanta intimidade familiar ao fim de tão pouco tempo. Se calhar são cismas minhas, mas tenho sempre medo dos bons moços, são sempre esses que cravam a faca mais fundo.
E eu gostava de lhe poder dizer para se afastar dele, gostava de a poder prevenir para o sofrimento que vem por aí, explicar-lhe que o homem que ela ama faz parte daquele grupo de homens que nascem com uma falha grave de carácter e que se divertem a brincar com meninas como ela. Mas não posso, ela está demasiado deslumbrada e apaixonada para acreditar no que quer que seja, senão nele.
Resta-me assistir e pedir para que a minha intuição esteja errada e que aquela menina doce e de coração puro não venha a ficar um farrapo daqui a alguns meses.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Estrelinha que os guie

E aquelas pessoas que só sabem falar de cima da burra com os outros e quando esses outros se passam da piroliteira e lhes respondem da mesma forma, ficam todos ofendidos e puxam a coisa para o ataque pessoal.
Não posso com gente mal humorada, mal educada e mal intencionada. Não consigo respirar fundo, a minha paciência esvai-se num ápice com criaturas dessas e o meu lado cabra revela-se no seu melhor. E depois eu é que tenho mau feitio.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ai, que a semana já começa mal

Ai, foda-se! E lá estão eles a discutir o sexo dos anjos! Coninhas mor hoje está ao rubro e eu não mereço isto logo no início da semana! Já lhes mandei umas farpas a rasgar, mas acho que não vai ficar por aqui.
E tudo isto porquê? Porque não é coninhas mor quem paga as contas da empresa no fim do mês, logo não consegue perceber porque é que se compram tinteiros reciclados em vez dos originais. E qual é a diferença? Tirando o preço (que é só metade), nenhuma! Foda-se, será assim tão difícil de perceber?!
E lá anda ele, tira tinteiro, mete tinteiro, imprime formulários, olha para o papel... vamos ter disto até à hora de almoço. E se se ficar por aí já não é mau.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Resoluções de Ano Novo

Perder 5kg até fim de Fevereiro.
Já comecei por fechar a boca a doces, amanhã começa o exercício físico (nada de muito violento, nem de corridas que eu sou moça que me canso só de pensar nisso).

Não deixar que a ingratidão dos que me são próximos altere o meu estado de espírito.

Afastar-me de pessoas negativas, não gosto de quem está sempre de mal com o mundo e com a vida.

Gostar ainda mais de mim.

Pensar primeiro em mim e depois nos outros.

Dar-me aos outros na mesma proporção que se dão a mim.