Pois que a mulher dele ainda não descobriu que há uma coisa à venda que se chama lubrificante (ou gel do amor, se lhe quisermos dar um nome mais fofinho), que lhe resolveria o alegado problema de "securas" de que a criatura se queixa e usa como desculpa para não pinar com o bonzão do marido vai para seis meses. E o C., dono de um corpinho invejável e de um par de olhos de pôr qualquer mulher de perna bamba, tem-se aguentado estoicamente e não mijou uma vezinha que fosse fora do penico. E depois acusam-me de ser uma cabra quando digo que uma gaja destas merece é um valente par de cornos! É o que ela anda a pedir e ele tem sido um verdadeiro resistente.
E ontem, vou pintar o cabelo, e fazendo jus àqueles que defendem que eu tenho uma costela de padre, já que toda a gente me confessa coisas que eu preferia não saber, e a cabeleireira toca de partilhar comigo que o marido farta-se de a "procurar", mas que a ela não lhe apetece nada e que até agradece ficar a trabalhar até tarde da noite, que assim tem a desculpa de estar cansada.
E eu não acho normal! Primeiro, não acho normal que alguém que só me pinta o cabelo partilhe comigo este tipo de informação, dispenso saber da vida íntima dos outros. Segundo, não acho normal que mulheres com menos de quarenta anos e saudáveis não tenham vontade de fazer o amor com os maridos. Casaram para quê? Só para lhes lavar a roupa e pôr-lhes comida na mesa? Mais lhes valia terem ido para empregadas domésticas, pelo menos tinham o ordenado assegurado e a cama só para elas.
Daí que a frase da J. faz todo o sentido, há que libertar para o mundo os homens que se vêem privados da satisfação carnal, porque com certeza poderão fazer felizes muitas mulheres que não sofrem de falta de vontade.