sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Quem gosta de nós estima-nos

Quem gosta de nós preocupa-se, procura-nos, quer estar connosco, faz com que o tempo estique e com que seja sempre possível. Quem gosta de nós tem sempre saudades.
Quem gosta de nós não nos trata como opção, quem gosta de nós estima-nos. Estas palavras, que para mim fazem todo o sentido, ouvi-as da boca de um homem com mais de 40 anos de casamento e que continua apaixonado pela mulher com quem casou.
O que tendemos a querer ignorar é que,  há quem goste de nós e há quem diga gostar de nós. Quem gosta de nós demonstra-o, faz com que o sintamos todos os dias, a toda a hora, quem diz gostar de nós fica-se pelas palavras, pelas promessas.
Contentarmo-nos com palavras, com promessas e permitir que alguém nos trate como opção é não gostarmos de nós. E se não gostarmos de nós, se não nos respeitarmos em primeiro lugar, não podemos esperar e querer que os outros o façam.
Quem gosta de nós estima-nos e menos do que isso não nos deve bastar.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Quem lhes desse com um gato morto nas trombas

Entre os tristes exemplos que vimos ontem de alguns representantes da classe docente, a diarreia mental do Ministro da Educação e o comportamento vergonhoso do deputado do PND (para não falar de todos os outros), cujo ordenado é pago com o dinheiro dos nossos impostos, venha o diabo e escolha.
Tenham vergonha, senhores! Tenham vergonha!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Não me apetece o Natal

Faltam oito dias para o Natal e ainda não comprei um único presente. Não tenho vontade de ir às compras, não me apetece decidir o que dar a quem, não me apetece enfrentar a multidão desvairada que invade as lojas, as empregadas saturadas de aturar povo e que põem à prova a minha paciência com caras fechadas e ar de que me estão a fazer um favor.
Este ano não me apetece o Natal. Não me apetece responder às mensagens de Natal das pessoas que durante todo o ano se esquecem que existimos e que nesta altura fazem o frete porque é bem e porque sim. Não me apetece o jantar de família, não me apetece o frete de ter que assistir ao meu pai a dar o ar de que está tudo bem, quando durante o resto do ano se está a borrifar para a família.
Este ano só me apetecia pegar nas cadelas, enfiar-me numa casa quentinha em nenhures e ficar lá até que acabassem as festas de Natal e Ano Novo. Mas, como não posso, resta-me esperar que passem as próximas duas semanas sem que me salte a tampa e sem reforçar a ideia de que sou uma cabra.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Insónia

Noite de insónia, daquelas bravas e longas, demasiado longas. E por motivos que tinha prometido a mim mesma nunca mais me tirariam o sono. Sou uma merda a cumprir as promessas que faço a mim mesma.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sopeira? Não, obrigada.

Namoraram 27 anos, daqueles namoros à antiga, em que ele ia vê-la à quarta feira à noite a casa dos pais e ao Domingo levava-a às matinés.
Trabalhavam na mesma empresa, mas nunca almoçaram juntos, as pessoas podiam falar. O mal das terras pequenas.
Ele, um bon vivant, vivia em casa da mãe, que lhe tratava da roupa e cuidava para que nada lhe faltasse. Ela, filha dedicada aos pais e à casa, esperava ansiosamente pelo dia em que ele a pediria em casamento, em que poderia ter filhos e a sua própria casa.
Passaram os anos, mantiveram-se as rotinas, as esperanças de que o pedido de casamento surgisse foram-se dissipando e ela acabou por conformar-se com aquela vida. Afinal quem a poderia querer depois de tantos anos de namoro com o mesmo homem?
Ao fim de 27 anos a mãe dele morreu. Deixou de ter quem lhe tratasse da roupa e da casa e achou que era uma boa altura para casar. Aprumou-se, comprou o anel e foi pedir a mão dela. Disse-lhe que chegara a hora de a tornar sua mulher. Ela, mulher simples e com pouca experiência da vida, olhou-o nos olhos e declinou o pedido. Aqueles 27 anos serviram para ela perceber que ser simples é uma coisa, ser sopeira do homem que a cozinhou em banho-maria durante tantos anos é outra.
Ela continua a viver com os pais, não se lhe conheceu outro namorado. Ele vive entregue à solidão e às empregadas a dias que lhe lavam a roupa e limpam a casa.
Lá diz o velho ditado, cada um deita-se na cama que fez.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A minha avó Otília

A avó Otília nasceu no dia 01 de Dezembro de 1901, atravessou as duas Guerras Mundiais e nunca teve uma vida fácil. Passou fome e viu os seus três filhos passar pelo mesmo.
A avó Otília casou com o avô Manuel, que eu não cheguei a conhecer, e que lhe deu uma vida de muito trabalho e dificuldades. Ainda o meu pai e os irmãos eram miúdos, o avô Manuel decidiu fazer a vida dele com outra mulher, sem se preocupar minimamente se os filhos tinham o que comer.
A avó Otília cozia pão no forno a lenha que tinha em casa e caminhava todos os dias mais de 40 quilómetros para o vender e ter o que dar de comer aos filhos.
A avó Otília foi ao hospital buscar o avô Manuel, passados muitos anos, quando ele teve um AVC que o deixou agarrado a uma cama e foi abandonado pela outra mulher. Tratou dele anos a fio sem que nunca se lhe ouvisse um lamento, ou uma palavra torta.
A avó Otília usava sempre um lenço na cabeça e nunca mais tirou o luto desde que o avô Manuel morreu.
A avó Otília media mais de 1,70m e calçava o 41, mas andava sempre descalça, de Verão e de Inverno.
A avó Otília não tinha dentes, mas até côdeas de broa comia.
A avó Otília aprendeu a ler sozinha e aos 82 anos ainda lia sem óculos.
A avó Otília, apesar de nunca ter ido à escola, falava e escrevia um português correcto e tinha conversas com mais conteúdo do que muitos licenciados que conheço.
A avó Otília, apesar das agruras da vida, tinha um ar doce e trazia sempre um sorriso no rosto.
A avó Otília tinha um lar na cozinha e cozinhava nas panelas de pernas, com as brasas do lume que acendia logo que se levantava, fosse Inverno, ou Verão.
A avó Otília tinha uma adoração pelo filho Zé e pelo meu irmão, que era o seu "cinco contos".
A avó Otília trabalhou no campo até aos 82 anos, altura em que um cancro no estômago a obrigou a parar. Naquele tempo a medicina ainda não tinha evoluído o suficiente para que não sofresse como sofreu, mas nunca lhe ouvimos um ai.
A avó Otília tinha sempre umas batatas, umas cebolas e uns ovos para dar aos meus pais sempre que lá íamos de visita ao fim de semana.
A avó Otília adorava melancia e pepino.
A avó Otília cozia a melhor broa de milho do mundo.
A avó Otília era a Ti'Otília para o povo lá da aldeia e toda a gente se lembra e fala com carinho da Ti'Otília.

A minha avó Otília morreu aos 83 anos, era eu uma miúda. Não éramos muito chegadas, não fui uma neta desejada, apareci por acaso, mas nutro por ela uma profunda admiração.
Herdei dela a altura, a forma de andar, as mãos, a vontade de aprender sempre mais, a resiliência, o gosto por melancia e pepino, o saber fazer uma fogueira e o gostar de me levantar cedo e aproveitar o dia.
Gostava que a minha avó Otília ainda estivesse entre nós, para lhe poder dizer o quanto a admiro e o orgulho que tenho da mulher que ela foi.

Serviço público III

Esta é dirigida aos homens. Atentem, porque sei do que falo.

As mulheres gostam de homens que lhes abrem as portas e lhes cedem a passagem. As mulheres gostam de homens que oferecem flores e se lembram dos dias de aniversário. As mulheres gostam de homens que lhes enviam mensagens durante o dia (e noite) só para dizer que se lembraram delas. As mulheres gostam de homens que se preocupam. As mulheres gostam de homens que arranjam tempo para elas, mesmo que seja só para lhes dar um beijo. As mulheres gostam de homens que dizem "a minha mulher". As mulheres gostam de homens que não têm vergonha de lhes pegar na mão, seja onde for. As mulheres gostam de homens que as incluem no seu grupo de amigos. As mulheres gostam de homens atentos e que sabem do que as suas mulheres gostam. As mulheres gostam de homens que as considerem como iguais, mas que as protejam.
É tão fácil fazer uma mulher feliz.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Da noção do ridículo (ou da falta dele)

Há uma coisa que se chama noção do ridículo e que, infelizmente, um grande número de mulheres não tem.
Uma mulher para ser sensual não tem que comprar roupa dois tamanhos abaixo e andar com as carnes a sobrar das calças, ou do decote. Será mesmo que algum gajo acha graça às moças que andam nestas figuras? Será mesmo que elas acham que andam bem? E não terão as criaturas ninguém que goste delas e que lhes diga que andam numa figurinha ridícula? É que se eu algum dia perdesse o juízinho e me apresentasse nestes preparos, ia querer que alguém me chamasse à razão, ou me internasse, ou coisa do género.
A sério, já não há cu para estas merdas. Estou fartinha de gente feia, mal vestida e sem noção do ridículo!
E as leggings estampadas? E o padrão tigress integral? Por favor!!!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Alguém que me explique

Dizem os homens que as mulheres são complicadas, pois digo-vos eu que complicados sois vós.
Se uma gaja vos dá mimo e se preocupa é porque vos assusta e porque está a ficar demasiado sério e afinal não sabem muito bem se é isso que querem e mimimimimimi. Se a gaja vos dá espaço, respeita o vosso tempo com os amigos  e não vos chateia é porque afinal não gosta assim tanto de vós, porque se gostasse até chateava mais e até fazia umas cenas de ciúmes de vez em quando. Afinal, o que quereis? Sabeis ao menos dizer-nos isso?
Irra, é que padecem todos do mesmo! Parece que aprenderam todos pela mesma cartilha!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

É bom andar por cá

Faz hoje três anos que fiquei sem chão. Faz hoje três anos que a primeira coisa que me atravessou o pensamento enquanto ouvia as palavras da médica foi "vou perder o meu cabelo". Só depois pensei que antes do cabelo poderia perder a mama, que a minha vida poderia complicar-se ainda mais do que estava naquela altura, que poderia não andar por cá muito mais tempo. Faz hoje três anos que comecei a  perceber que perdemos demasiado tempo com coisas sem importância nenhuma e que não podemos deixar de dizer aquilo que sentimos e queremos, porque amanhã podemos não estar cá para o fazer.
Quis a Vida que não tivesse de perder o cabelo, nem mesmo a mama, mas deixou-me uma cicatriz para que todos os dias me lembre que o amanhã pode não chegar. Aprendi a desvalorizar certas coisas, a ver a beleza de outras e, principalmente, a ser mais tolerante. Não me tornei santa (nem pretendo), mas é verdade que estas coisas nos fazem ver a vida de uma outra forma.
É bom andar por cá e dizer mais vezes aquilo que sinto (mesmo que isso, por vezes, desconcerte algumas pessoas).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Serviço público II

Há carros que só devem ser conduzidos por gajas:

- Mini (qualquer versão)
- Fiat 500
- Audi A1
- Alfa Romeo Mito
- Volkswagen Beetle
- Mercedes SLK.

Estes carros são, decididamente, de gaja. Qualquer destes carros nas mãos de um homem são um verdadeiro turn off.

Depois há os carros que nem deviam ser comercializados e aqueles cuja venda devia ser proibida a certas pessoas, mas disso falo noutro dia.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Eu mereço!

8h10 da manhã, entro na padaria do costume, para o habitual pequeno almoço e deparo-me com a criatura, que por acaso tem o mesmo nome que eu, ao balcão, a olhar-me de soslaio. Tirou-me as medidas todas e fez aquele ar de quem é superior à parola que tinha acabado de entrar e que não usa saltos altos porque não lhe apetece e porque não gosta de ofuscar as outras, que é o que acontece quando os usa. E a primeira coisa que se me passou pela mente foi que antes ser parola e de saltos rasos, do que ter a testa mais enfeitada que a Avenida da Boavista em noite de S. João e ter que passar pela vergonha de ir buscar o marido à 6 horas da matina, a cair de bêbado, depois do acidente que teve quando ia levar a casa a brasileira com quem tinha passado a noite na boate lá da terrinha. E depois o Senhor castiga-me por ter estes pensamentos, mas eu não tenho culpa, que já lá tomo o pequeno almoço há anos e não me meto com ninguém, nem lanço olhares de soslaio e muito menos dou ares de empertigada metida a fina.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Da tristeza da minha querida E.

Conhecem-se desde sempre, cresceram juntos. Ela, mais nova poucos anos, viu-o tornar-se adulto e "obrigado" a casar porque "engravidou" a namorada. Ele viu-a tornar-se mulher, apaixonar-se, viver um grande amor, desiludir-se profundamente, viver relacionamentos que pouco ou nada lhe acrescentavam. Um dia, passados mais de vinte anos, foram tomar um café, só os dois. Ele desabafou as mágoas de um casamento sem amor, mas que se mantém porque é mais fácil assim. Ela encontrou nele o amigo que a ouvia e sabia dizer o que ela precisava ouvir. Passados alguns outros cafés e muitas horas de conversa, o inevitável aconteceu. Ela apaixonou-se perdidamente, criou as expectativas todas que ele foi alimentando. Ele encontrou o melhor de dois mundos - de um lado a família que não tem coragem de deixar, do outro a mulher que o completa, que lhe faz fervilhar o sangue nas veias. Andam nisto há cinco anos, parece que foi ontem que começou. Pelo caminho muitas promessas não cumpridas, muitas cobranças e o sonho dela de ter filhos que já não se concretizará. O relógio biológico das mulheres não se compadece da falta de coragem dos homens que elas amam.
Ontem, numa das nossas muitas conversas sobre esse amor condenado ao fracasso, ela confessou-me que está cansada. Cansada de esperar, cansada de ouvir sempre as mesmas promessas, de fazer sempre as mesmas cobranças, cansada de não ser a prioridade da vida dele. Acima de tudo, cansada de fechar os olhos às evidências, ele nunca vai dar o passo que falta. E mais do que sofrimento, vi nela uma tristeza profunda, de quem sabe que dificilmente a Vida lhe permitirá voltar a amar alguém como o ama a ele. E senti-me pequenina, porque não sei o que possa fazer para lhe tirar essa tristeza do coração.

Um ano de Nina

Adoptei a Nina faz hoje um ano. Não fazia parte dos meus planos ter um animal em casa, mas a Vida trata de nos colocar no caminho aquilo de que precisamos e hoje sei que a Nina entrou na minha vida para me obrigar a sair do fundo do poço.
Quando a vi pela primeira vez achei-a feiinha e sem grande potencial, mas o que lhe vi nos olhos fez-me tomar a decisão primeiro e pensar no como ia ser depois. Não foi amor à primeira vista, mas foi o início de um amor incondicional, o amor que só os cães conseguem ter pelos humanos.
A Nina tinha sido encontrada na rua, perdida no meio do lixo e ia para abate caso não arranjasse uma família. Era (e ainda é) pequenina, muito magrinha, de pêlo baço e feio, não ladrava e assustava-se com tudo. E trazia brinde, descobri duas semanas mais tarde. Ladrou pela primeira vez alguns dias depois do nascimento das crias, está linda como só ela, gordinha e de pêlo viçoso e continua com aqueles olhos meigos, olhos que falam connosco. Chamo-a de meu amor pequenino e adoro ver a expressão dela quando a deito no meu colo e a encho de mimos.
A Nina é melhor do que muitas pessoas que conheço e eu sou uma pessoa melhor desde que a Nina passou a fazer parte da minha vida.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Serviço público I

As mulheres não gostam de homens que:

- usam meias brancas;
- roem as unhas;
- não tomam pelo menos dois banhos diários;
- não fazem pedicure;
- não depilam os sovacos;
- compram carros importados;
- usam sapatos de matar baratas nos cantos;
- dizem "casas germinadas" e "botar".


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Dos filhos

Mais que um acto de coragem, ter filhos deve ser uma decisão ponderada. Apesar de adorar crianças e de ser uma derretida com bébés, decidi não ter filhos, nunca senti verdadeiramente o apelo da maternidade e sei que teria sérias dificuldades em educar uma criança no Mundo de hoje.
Mas vem isto a propósito de uma mulher com quem me cruzo de quando em vez, eu de carro, ela a pé com uma criança de não mais que 2 anos pela mão. Percebe-se que esta mulher tem uma ligeira deficiência motora e, quer-me mesmo parecer que padece também de um qualquer alheamento. Sempre que a vejo traz a criança pela mão, dá para perceber que é uma pessoa de origens humildes e que deve ter sérias dificuldades de sobrevivência. Mas o que me prende de todas as vezes que a vejo, é a doçura dos gestos que tem para com o menino e a tranquilidade estampada no rosto daquela criança. A preocupação daquela mãe em passar a criança para o lado de dentro da berma depois de atravessar a rua, a doçura com que lhe pega pela mão, o ar alheado com que o olha, mas ao mesmo tempo tão cheio de amor. E isso comove-me profundamente.
Aquela criança pode não ter sido planeada  (que certamente não o foi), pode não vir a ter uma vida cheia de brinquedos e de consolas de jogos, pode não vir a frequentar as melhores escolas, mas vai com toda a certeza saber o que é ser amado e receber o carinho que tantas vezes vejo faltar a filhos de pais perfeitamente orientados e sem qualquer dificuldade financeira.
E é isso, para mim, o mais importante na arte de criar um filho, saber dar-lhes carinho e fazê-los saber todos os dias, nos pequenos gestos, o quanto são amados.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O coninhas

O coninhas é o gajo que me tira do sério e me faz querer arrancar olhos.
O coninhas nasceu para infernizar a vida dos outros.
O coninhas nem fode, nem sai de cima; o coninhas é um empata fodinhas.
O coninhas tem o dom de trazer ao de cima o que de pior há em mim.
O coninhas não tem noção do atraso de vida que é e do que complica a vida dos outros.
O coninhas é o gajo que se acha um iluminado, mas que na realidade não consegue tirar nada daquela cabeça sem ser picado até sangrar.
Há um coninhas em toda e qualquer empresa e aquela onde ganho o pão não é excepção.
Vamos ver se o coninhas conserva os dois olhinhos até ao fim do dia.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Do bocadinho que falta

Pediste-me que não fugisse de ti, tinhas medo de me perder. Pediste-me para nunca me afastar de ti, que me querias sempre por perto. Da primeira vez não percebi  porque me dizias isso, não havia razão para esses medos, estive sempre pronta para ti, fui tua desde o primeiro toque, aquele breve pressionar dos teus dedos no meu cotovelo. De todas as outras vezes que mo disseste chamei-te de tonto, disse-te que era tua e que queria ser cada vez mais tua, que estava no caminho de acabar por ser mais tua do que de mim própria.
Hoje sei porque o dizias. Começou por pequenas coisas (aquelas que por vezes são as maiores de todas), até que percebi claramente que o teu medo resultava do teu próprio afastamento, estavas a perder-te de mim.
Falta-te apenas um bocadinho, a gota que faz transbordar o copo, para que nos coloques num caminho sem retorno, para que eu deixe de querer ser tua, para que me percas de vez.
A ti não te perderei, porque na realidade nunca foste meu.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

De volta às palavras

Deixei de escrever há três anos, assim como deixei de fazer algumas coisas de que gosto e que me fazem bem. Quis a Vida que, mais uma vez, pusesse em espera partes da minha vida que definem a pessoa que sou. Acredito cada vez mais que a Vida nos põe à prova para nos mostrar caminhos melhores, embora questione muitas vezes se não seria já tempo de a Vida me mostrar o caminho definitivo e ir tratar de mostrar novos caminhos para outras paragens.
Ontem, ao ler algumas das coisas que escrevi no passado, percebi que era hora de voltar a escrever, de voltar a colocar no papel aquilo que os meus olhos vêem e o que me vai na mente. E aqui estou eu, de volta às palavras que tantas vezes me lavam a alma. Esperemos que seja este o início do caminho definitivo.