terça-feira, 20 de maio de 2014

Vamos lá contar até 53691

O coninhas acordou com o período. Ou então não tem pinado e começa a ressentir-se.
Um gajo que não pina é trinta mil vezes pior que uma gaja!
E eu só peço ao Senhor que me dê paciência, ou é hoje que mando este gajo para o caralho!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Os pormenores contam

Há fases da minha vida em que anseio por não ser tão lúcida, por não ver tão claramente as coisas, por não adivinhar o fim quando as coisas ainda estão no início. Como quando olho para um homem com ar lavadinho, umas mãos bonitas, com a dentição completa, mas depois olho-lhe para os sapatos e percebo que não vale a pena sequer olhar uma segunda vez. São sempre as pequenas coisas que me fazem ficar pelo caminho. Porque, para mim, é das pequenas coisas que se faz a vida.
E dizem-me as amigas que tenho que desvalorizar essas coisas, que não me posso agarrar aos pormenores. Mas, não consigo. São os pormenores que me prendem, são eles que me dizem sempre se vale, ou não, a pena. E às vezes acho que não sou deste mundo e que ninguém me compreende. Mas, agora olho para ti e penso: ainda bem que não dei ouvidos às amigas, ainda bem que não desvalorizei os pormenores. Porque são todos os teus pormenores que me fazem gostar mais de ti a cada dia que passa. São os teus pormenores que me fazem perguntar-me como pude nunca os ter visto nestes mais de vinte anos em que nos conhecemos. São os teus pormenores que me conquistam a cada dia que passa, são eles que fazem a vida valer a pena.

terça-feira, 13 de maio de 2014

As preocupações do coninhas

As preocupações do coninhas andam todas à volta de:

- os preços dos pacotes da Vodafone;
- os preços dos pacotes da Zon;
- as actualizações do telemóvel topo de gama, do qual não percebe a ponta de um corno;
- as imprecisões do GPS do seu telemóvel topo de gama, do qual não percebe a ponta de um corno;
- o porquê da presença dos agentes da GNR que acompanham os trabalhos dos técnicos da Vodafone na instalação da fibra óptica.

Anda nisto desde ontem. Fazer o que lhe compete que é bom, nem vê-lo!
Não sei se me consigo segurar. Dois dias seguidos a respirar fundo é demais para a minha pessoa.



segunda-feira, 12 de maio de 2014

No Dragão temos sempre com o que nos entreter

No Sábado fui ao Dragão ver o meu FCP. O que eu gosto daquele estádio!
O jogo foi assim uma coisinha sem sal, pelo que tive oportunidade de observar o que me rodeava.
O Manuel Serrão precisa de pelo menos dois by pass gástricos, ou de arranjar alguém que lhe cosa a boca. Dá-me aflições só de olhar para o senhor, tenho sempre aquela sensação que vai enfartar e cair do camarote e ao aterrar nas bancadas ainda mata pelo menos mais três.
Os empreiteiros da construção civil (e pseudo empresários do Norte) continuam a "botar" demasiado gel no cabelo e a usar óculos de sol à gangster. Já para não falar das brasileiras feias e mal arranjadas pelas quais trocaram a sopeira da mulher e de que se fazem agora acompanhar para tudo quanto é sítio.
As aspirantes a tia que vão ver os jogos são criaturas que sofrem de calores. Não encontro outra explicação para as criaturas estarem o jogo todo de manga cava, quando estava um vento desgraçado e só não me enrolei na écharpe, porque me esqueci dela no carro.
Há cada vez mais gajos a usar capas de cores e feitios duvidosos nos seus Iphones. Não haverá um amigo que lhes diga que aquela merda não lhes fica bem?
Os gajos das claques são umas bestas. Isto já sabia, mas quando os vemos assim mais de perto a coisa agudiza-se. Ia dizer que são uns verdadeiros animais, mas assim ofendia os bichinhos. Quem lhes partisse os dentes de cada vez que abrem a boca.
O serviço de catering do Dragão já foi bem melhor, mas como é à borla, o pessoal come como se não houvesse amanhã. De que adiantam as contas bancárias recheadas e o Porsche na garagem, se a alma de pobre continua lá?! Apeteceu-me partir-lhes os dentes.
O melhor de tudo isto? O corpo de intervenção da PSP. Muita qualidade! Até dá vontade de cometer uma infracção!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Não há cu para estas merdas

Pior que uma gaja beta, a falar à tia, a arrastar as sílabas e a dar aquele ar de nojo às palavras, só mesmo um gajo anafadinho, enfiado num fato de corte duvidoso e gravata de nó (demasiado) largo, a falar exactamente como as tias fozeiras que me desafiam o veneno. Está aqui ao meu lado, só o estou a ouvir há cinco minutos e já me apetece atirar-lhe com o agrafador. Não há cu para esta gente metida a chique!
E sim, os coninhas também cá estão. O que me vale é que é sexta feira e logo desconto tudo isto numa Bons Ares geladinha (para começar...).

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Da ternura dos quarenta II

Aos quarenta sabemos que é sempre melhor que eles gostem mais de nós do que nós deles.
Aos quarenta aprendemos que as borboletas na barriga são sobrevalorizadas e que é fácil aprender a gostar de quem nos trata bem.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O dia da minha mãe é todos os dias

Não tenho memória de alguma vez ter "comemorado" o Dia da Mãe. Não porque não goste da minha mãe, mas porque no meu tempo de escola ainda não se promoviam todas as actividades que se promovem hoje em redor desse dia e porque lá em casa nunca foi algo muito valorizado.
Tinha eu catorze anos quando a minha mãe sofreu um AVC devastador, que a deixou durante alguns anos completamente dependente de terceiros e com limitações para a vida. A minha infância acabou nesse dia e passei eu a ser a mãe da minha mãe. Não tem sido uma tarefa fácil. Desde esse dia que a minha mãe faz o que as adolescentes mais rebeldes costumam fazer, medir forças com a mãe. É esta a melhor definição da nossa relação, a minha mãe mede forças comigo todos os dias. Se lhe peço para não fazer alguma coisa, é certo que a vai fazer. Se lhe chamo a atenção, para o seu próprio bem, para algo que não deveria ter feito, amua e faz birra. Nos primeiros anos foi-me muito difícil aceitar e gerir isso, mas com o avançar da idade fui percebendo o porquê desta sua atitude e aprendi a respirar fundo muitas vezes e a relevar as situações mais complicadas. Não a posso pôr de castigo, não lhe posso dar uns açoites, por isso resta-me respirar fundo e esperar que passe.
A parte mais difícil de ser mãe da minha mãe não é ter que lhe dar banho, ter que lhe arranjar o cabelo, cortar-lhe as unhas dos pés e das mãos. A parte mais difícil de ser mãe da minha mãe é conseguir fazê-lo sem que ela sofra com a inversão dos papéis.