terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Pior do que uma D. Dolores só duas D. Dolores

Um dos meus afilhados, o do meio, e para grande orgulho da madrinha,  já veste a camisola do meu FCP, com contrato assinado, treina com a equipa dos sub-17 e foi este ano um dos escolhidos para vestir a camisola da selecção nacional dos sub-15. Sou uma madrinha babada, que só deseja que o miúdo tenha toda a sorte do mundo, que continue a representar o FCP e um dia destes me apresente o Pintinho, que ele não há-de finar-se sem me conhecer. Para além de um excelente jogador, o miúdo é giro, muito giro, é um verdadeiro pintas e vai ser um ver se te avias com as miúdas. Já lhe disse que não precisa de se enfrascar com a primeira gaja que lhe aparecer à frente (ou na cama, vá), que namore muito, que faça muitas gajas felizes, mas que não se atraque a nenhuma árvore de Natal, que para isso já lhe basta a mãe e a avó, que me vão dar água pelas barbas para controlar os estragos. Já as estou a ver agarradas aos Vuitons, a assoar o nariz e a limpar as lágrimas quando o miúdo começar a receber prémios em galas transmitidas pela televisão (porque sem galas já ele tem recebido muitos).
Também lhe disse que pode contar com a madrinha para negociar os contratos e para assistente pessoal, até porque quero ver se as D. Dolores da família não me estragam o moço e ele não ganha aquele ar de azeiteiro como o outro, nem embandeira em arco a pensar que é a última bolacha do pacote, porque se há coisa que me tira do sério são putos com a mania que são bons, o que para já não é o caso, mas nunca sabemos como vai ser o dia de amanhã. E cada vez mais acredito que o Senhor escreve direito por linhas tortas, porque iluminou a mãe da criança e a fez escolher-me para madrinha, porque não quero sequer imaginar o que seria do miúdo nas mãos de D. Dolores mãe e D. Dolores avó, sem a interferência de uma alma de pés assentes na terra e com a noção do ridículo.

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