terça-feira, 12 de novembro de 2013

Do bocadinho que falta

Pediste-me que não fugisse de ti, tinhas medo de me perder. Pediste-me para nunca me afastar de ti, que me querias sempre por perto. Da primeira vez não percebi  porque me dizias isso, não havia razão para esses medos, estive sempre pronta para ti, fui tua desde o primeiro toque, aquele breve pressionar dos teus dedos no meu cotovelo. De todas as outras vezes que mo disseste chamei-te de tonto, disse-te que era tua e que queria ser cada vez mais tua, que estava no caminho de acabar por ser mais tua do que de mim própria.
Hoje sei porque o dizias. Começou por pequenas coisas (aquelas que por vezes são as maiores de todas), até que percebi claramente que o teu medo resultava do teu próprio afastamento, estavas a perder-te de mim.
Falta-te apenas um bocadinho, a gota que faz transbordar o copo, para que nos coloques num caminho sem retorno, para que eu deixe de querer ser tua, para que me percas de vez.
A ti não te perderei, porque na realidade nunca foste meu.

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